terça-feira, 24 de setembro de 2019

MORRER COMO CAMINHO ESPIRITUAL (III)


Em todas as religiões existe o exercício de antecipar a própria morte dentro da meditação. Essa tarefa não convida a fugirmos da vida e de seus desafios. Para os monges trata-se muito mais de uma condição para que a vida tenha êxito. Imaginar que estamos no túmulo significa: desprender-se de tudo que constitui um obstáculo para a nossa verdadeira vida, nossos hábitos, nossos padrões de vida, nossa tendência de viver sem nenhum propósito... Tudo que não é autêntico e importante deve deixar de existir para que a verdadeira vida possa ser desenvolvida em nós. Devemos, porém, enterrar as nossas antigas feridas que ainda continuamos vasculhando. Tudo que carregamos conosco como bagagem inútil: nossas autorrepreensões e autoacusações, nosso estado de mágoa, nosso sentimento de injustiça, tudo isso deve ser enterrado para não sermos mais impedidos de viver. Devemos deixar o peso do passado para trás para nos tornarmos capazes de viver plenamente o momento presente, sem procurar constantemente no passado razões que justifiquem a nossa falta de êxito na vida atual. Quando desistimos de tudo que nos impede da vida abundante, experimentamos o que significa ressuscitar com Cristo, vivenciar a ressurreição em plena vida.

Em João e entre os antigos monges, trata-se de morrer para o mundo para que Deus possa reinar em nós. Em Paulo esse morrer passa a ter uma relação com Jesus Cristo: devemos morrer para o mundo para que vivamos com e em Cristo. Assim ele pronuncia as famosas palavras na Carta aos Gálatas:

Pois eu pela lei morri para a lei, a fim de viver para Deus. Já estou crucificado com Cristo; não mais eu, mas Cristo vive em mim (Gl 2,19).

No início da frase trata-se – semelhante ao caso de João – de morrermos para o mundo e seus padrões para que Deus reine em nós. É este também o sentido do sermão de Jesus sobre o Reino de Deus. Deus, e não o mundo, deve reinar em nós. Paulo, no entanto, expressa essa questão de modo mais pessoal. Em última instância trata-se de morrer com Cristo, ser crucificado com Ele para que vivamos em Cristo, para que Ele viva em nós. O que isso significa concretamente? A nossa realidade mais íntima é determinada pelo Espírito de Jesus, Ele vive em nós, em nosso núcleo mais íntimo, no fundo de nossa alma. Em último âmbito, trata-se de uma experiência mística descrita por Paulo. O ego tornou-se tão fraco que Cristo determina o nosso si-mesmo; o nosso pensamento e o nosso sentimento são tão fracos que Cristo tornou-se o nosso centro interior. Para o apóstolo morrer também significa sempre ser crucificado. Nesse sentido a cruz é para ele uma imagem que expressa que o mundo já não tem mais poder sobre nós, ele é um caminho para a nossa libertação terrena.

[...]

A vida espiritual significa tomar consciência constantemente da questão de que já morremos com Cristo. Mas isso precisa ser realizado a cada dia. Precisamos sempre resistir às tendências do pecado que desejam afastar-nos da verdadeira vida e nos abstrair destas. A morte é como um ato de se abstrair do pecado: não lhe damos mais poder sobre nossas vidas. Devemos incessantemente tomar consciência daquilo que ocorre no batismo: no ritual já foi efetuada em nós a morte e a ressurreição. Agora isso precisa ser realizado na vida, o que ocorre quando não nos deixamos dominar pelo pecado, e sim quando somos livres para viver a partir do amor.




Bibliografia:
GRUN, Anselm. Permaneço ao seu lado: acompanhar quem morre: viver mais intensamente. Tradução de Lorena Richter. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

domingo, 15 de setembro de 2019

MORRER COMO CAMINHO ESPIRITUAL (II)


Paulo apresenta outra imagem da morte quando diz que estamos extintos para o pecado. No capítulo sobre o batismo ele escreve:

“O nosso homem velho foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado” (Rm 6,6)

Devemos estar mortos para o pecado, para que ele não tenha mais poder sobre nós. O pecado refere-se a uma vida que toma um rumo equivocado, que é dominada por um posicionamento errôneo perante a existência.

Paulo compreende o batismo como uma forma de participar do destino de Jesus. Assim como Ele morreu, foi sepultado e renasceu, nós passamos pelo mesmo. Jesus morreu em função do pecado do mundo. A maldade e covardia dos homens o pregaram na cruz. Mas Ele superou este pecado pelo seu amor, tornou-se morto para o pecado. Desse modo o batismo significa para nós uma transformação de nossa existência como um todo. Não nos definimos mais como aqueles que vivem à margem de sua vida, e sim como aqueles que vivem de modo autêntico com Cristo, que ressuscitaram de seu modo de vida antigo que os fazia perder o rumo. Tudo que nos impede de viver, o nosso padrão de vida, as feridas de nosso passado foram sepultados com Cristo por meio do batismo, para que ressuscitemos como novos homens, que estão livres das marcas do passado. Devemos agora transformar-nos nesta vida nova a partir da força de Deus. Porém, experimentaremos tal vida nova somente quando estivermos dispostos a morrer com Cristo para a nossa perversidade e para a antiga experiência determinada pelo pecado.

Quando o Apóstolo fala do corpo dominado pelo pecado, isso não tem nada a ver com uma rejeição carnal, como se o corpo fosse algo nocivo. Antes, pelo contrário, qual Paulo fala, do corpo, sempre se refere ao ser humano em comunicação com outros seres humanos. O pecado se instalou em sua relação com outros seres humanos; eles, por sua vez, acostumaram-se a falar mal dos outros, gerando inimizade e ódio, ferindo os seus semelhantes, e desejando rebaixá-los para se enaltecer. Esse tipo de comunicação com outras pessoas foi sepultado pelo batismo, foi desmascarado revelando-se o que é: pecado, viver à margem da essência do ser humano e viver à margem de uma comunicação bem sucedida. Paulo fala claramente sobre o poder do pecado.

A tendência de falsearmos a nossa essência humana, de lidar de modo negativo com outras pessoas, é tal como um poder que por vezes toma conta de nós. Após o batismo também corremos o risco de sermos determinados pelo poder do pecado. A recordação, porém, de que no batismo fomos tomados pelo Espírito de Jesus e que agora vivemos em Cristo deve proteger-nos de sermos novamente dominados pelo pecado. No batismo somos penetrados pelo Espírito de Jesus participando, assim, de sua superação do pecado. Em Cristo tornamo-nos mortos para os antigos padrões de vida, podendo agora viver de forma nova, como seres humanos que são amados por Deus e agora capazes de amar os outros.



Bibliografia:
GRUN, Anselm. Permaneço ao seu lado: acompanhar quem morre: viver mais intensamente. Tradução de Lorena Richter. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

ORAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO - PAPA PAULO VI


Ó Espírito Santo, dai-me um coração grande, 
aberto à vossa silenciosa e forte palavra inspiradora, 
fechado a todas as ambições mesquinhas,
alheio a qualquer desprezível competição humana, 
compenetrado do sentido da santa Igreja !
Um coração grande, desejoso de se tornar 
semelhante ao coração do senhor Jesus !
Um coração grande e forte para amar todos, 
para servir a todos, para sofrer por todos!
Um coração grande e forte para superar todas as provações, 
todo tédio, todo cansaço, toda desilusão, toda ofensa !
Um coração grande e forte, constante até o sacrifício, Quando for necessário!
Um coração cuja felicidade é palpitar com o coração de Cristo 
e cumprir humilde, fiel e virilmente, a vontade do Pai. 
Amém.

Papa Paulo VI

MORRER COMO CAMINHO ESPIRITUAL (I)

Há meses atrás iniciei a leitura de um livro de Anselm Grün, Permaneço ao seu lado: acompanhar quem morre. Viver mais intensamente. 
Este livro trás para nós belíssimas reflexões acerca da morte, levando-nos a rezar esse momento tão importante e necessário em nossas vidas.
Assim como me ajudou, quero partilhar com vocês alguns tópicos do livro. E o farei em mais de uma postagem, para que possamos lê-lo com calma e rezarmos. 
Boa leitura!

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Morrer como caminho espiritual (I)

Na história da espiritualidade o findar da existência terrena sempre foi compreendido como uma imagem da vida a partir do Espírito de Jesus, sendo as suas palavras sempre citadas:

“Na verdade, eu vos digo que, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, ficará só; mas, se morrer, produzirá muito fruto” (Jo 12,24).

Com essas palavras Jesus interpretou a sua morte na cruz. Elas, no entanto, contêm igualmente uma interpretação de nossa vida: apenas quando nos entregamos ela torna-se frutífera. A entrega, o fato de nos deixarmos consumir, é experimentada como uma morte. Sendo assim, morrer é um aspecto interno da vida e ao contrário da entrega é o apego. Quem se apega a si próprio, buscando de modo forçado estar sempre bem, permanece à margem da vida; quem deseja estar feliz a qualquer preço perde, porém, amplamente a felicidade. O que para a vida espiritual vale como regra, foi igualmente descoberto pela psicologia como lei básica da vida. Ela menciona que somente a vida daquele que começa a fluir tem êxito. Fluir, no entanto, não significa nada diferente do que fluir em direção a Deus e aos humanos. Não seguro a fonte da vida, e sim permito que ela borbulhe. A psicologia fala de um sentimento-flow. Nas palavras de Jesus trata-se igualmente desse tipo de entrega:

“Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8,34s.).

Quem se agarra de modo rígido à sua vida a perderá, ela começa a não fluir. Quem gira em torno de seu ego se perceberá como alguém isolado. O ego é insaciável, deseja ter tudo, quer usar todas as coisas para o seu próprio benefício. No entanto, não consegue tornar-se feliz, jamais está satisfeito com o que recebe em termos de reconhecimento e autoafirmação. Apenas quando o homem torna-se livre de seu eu, a sua vida torna-se fértil. Aqui a mística fala da morte do eu. Isso, no entanto, não deve ser compreendido como um apagamento do ego, pois assim o homem não teria mais um centro.
O psicólogo C.G. Jung faz a diferença entre ego e si mesmo. Durante o processo de tornar-se si-mesmo o homem precisa cada vez mais partir do ego em direção ao seu íntimo, da impressão que deseja causar no meio externo em direção ao centro de sua personalidade, ao seu verdadeiro si-mesmo. Isso também é frequentemente vivenciado como uma morte. Jesus diz que devemos perder a nossa vida a favor Dele. O que está em questão é fascinar-se de tal modo com algo maior, com Deus, com a pessoa de Jesus, que tudo mais se torna insignificante. Qual alguém volta a sua vida para um objetivo, maior que ele mesmo, torna-se vivo. A experiência revela que os cristãos que se fascinaram desse modo com Jesus Cristo consideravam pouco a sua própria vida. Justamente assim, ela tornou-se frutífera.



Bibliografia:
GRUN, Anselm. Permaneço ao seu lado: acompanhar quem morre: viver mais intensamente. Tradução de Lorena Richter. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

PENSAMENTO DE SÃO GASPAR BERTONI


"A atenção, o confronto, a reflexão 
sobre as palavras e obras de Deus 
é a fonte de toda a ciência e santidade".
(São Gaspar Bertoni)

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

SÍNODO DA AMAZÔNIA: Novos Caminhos para a Igreja e para uma Ecologia integral


Dom Romualdo Matias Kujawski
Bispo de Porto Nacional e Membro Sinodal

 “Com efeito, sabemos que toda a criação, até o presente, está gemendo como que em dores de parto!” (Rm 8, 22)
Durante os dias compreendidos entre 06 e 27 de Outubro de 2019 realizar-se-á, no Vaticano, o Sínodo que congregará os Bispos da Região Pan-Amazônica, para refletir e partilhar o seguinte tema: “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. O documento de trabalho deste Sínodo: “Instrumentum Laboris” foi publicado no dia 17 de Junho deste ano. O texto é composto por 147 pontos divididos em 21 capítulos separados por três partes: A primeira parte se titulada “a voz da Amazônia” e tem a finalidade de apresentar a realidade do território e de seus povos. Na segunda parte, intitulada “Ecologia integral: o clamor da terra e dos pobres,” adverte-se sobre a “destruição extrativista”, abordam questões relevantes como “os povos indígenas em isolamento voluntário (PIAV)” e outros fenômenos de interesse mundial, como “a migração”, “a urbanização”, “a família e a comunidade”, “a saúde”, “a educação integral” e “a corrupção”. Na terceira e última parte do documento, encontramos os escritos sobre os desafios e esperanças da região e incentiva a Igreja a ter um papel “profético na Amazônia”, apresentando “a problemática eclesiológica e pastoral” da região.
Seguem abaixo algumas perguntas e respostas sobre esse tema, que poderão dirimir certas dúvidas que possam existir:
Primeiramente, o que é o Sínodo?
A palavra “sínodo” vem de duas palavras gregas: syn”, que significa “juntos”, e hodos”, que significa “estrada ou caminho”. Logo, o Sínodo dos Bispos pode ser definido como uma reunião do episcopado da Igreja Católica com o Papa para discutir algum assunto em especial, auxiliando o Santo Padre no governo da Igreja.
Quais os assuntos serão tratados no Sínodo?
No centro das deliberações será a situação dos povos da Amazônia. O “Instrumentum Laboris” destaca os problemas, que surgem da exploração descontrolada da riqueza natural da Amazônia e afetam a ecologia da Região. Entre os grandes problemas destacam-se os desmatamentos, garimpos descontrolados, grandes projetos hidroelétricos, monoculturas e desrespeito às tribos indígenas, suas culturas e territórios de domínio.
Entre os temas eclesiásticos encontram-se as questões das tradições locais e assistência pastoral no vasto território da Amazônia. Outro ponto, até bastante polêmico é o estudo da possibilidade de, na falta das vocações sacerdotais serem ordenados homens casados, de boa índole moral e provenientes das comunidades locais. Não se pode esquecer que a Igreja sempre cresce e se organiza a partir da Eucaristia. Também devem ser repensadas as funções dos leigos como lideranças nas comunidades, além de ampliar as tarefas destinadas às mulheres.
Quem participará do Sínodo?
Os Bispos Diocesanos de todas as nove províncias eclesiásticas da Região Pan-amazônica, incluindo Bolívia, Brasil, Equador, Peru, Colômbia, Venezuela, Guianas e Suriname. Também participarão alguns membros dos dicastérios da Cúria Romana, membros da eclesial rede Pan-amazônica (REPAM) e representantes do Conselho que prepararam o Sínodo.
Além disso, estarão presentes alguns religiosos que se envolvem pastoralmente na Amazônia, escolhidos pelos Superiores Gerais. O Papa Francisco também nomeou alguns peritos, leigos e eclesiásticos, que ajudarão na redação dos documentos do Sínodo. Terão direito à voz os representantes do “grito do povo” amazonense. O quadro então se completa com os observadores, os delegados das Igrejas Cristas, que atuam na Amazônia e representantes das Instituições e religiões não cristas.
Como trabalhará o Sínodo?
Estão previstos debates, plenárias com a presença do Papa, além dos trabalhos realizados em pequenos grupos de articulação em relação aos assuntos. A tarefa importante de sintetizar os debates cabe ao relator geral do Sínodo, Cardeal Cláudio Humes (Brasil), que é também Presidente da REPAM. Ele terá dois secretários especiais: Dom David Martinez de Aguirre Guinea (Vigário Apostólico de Puerto Maldonado – Peru) e Frei Michael Czerny da Cúria Romana (Dicastério dos Migrantes, Refugiados e Desenvolvimento Integral da Pessoa Humana). Um grande conselheiro que também participará será D. Erwin Kreuter, Bispo Emérito da Prelazia do Xingu do Araguaia (Brasil)
Porque este Sínodo é tão importante para a Igreja?
A Região da Amazônia é chamada de “pulmões verdes do mundo” e por isso é considerado importante em sua influência para o clima de todo o planeta. Assim sendo, todos os abusos ecológicos na Amazônia influenciam negativamente para toda humanidade.
No contexto eclesial, as novas propostas pastorais no território amazonense podem tornar-se modelos para outras Igrejas locais. Com ressalvas é claro, porque não se poderão copiar soluções pastorais na Amazônia em toda a Igreja.
O que acontecerá com os resultados do Sínodo?
Na última semana, os membros do Sínodo trabalharão a redação final do documento, que será entregue ao Santo Padre, o Papa Francisco. Este documento não causará nenhum efeito jurídico. Caberá ao Papa a publicação do documento final, na forma de Exortação Apostólica Pós-sinodal.
Contamos com vossas orações.

IRMÃ DULCE, ROGAI POR NÓS


ANO VOCACIONAL ESTIGMATINO 2019


Oração do Ano Vocacional Estigmatino 2019

Senhor da Messe, 
fazei ressoar em nossos corações 
o convite do vosso Filho Jesus Cristo: “Vem e segue-me!” 
Despertai nos Jovens o profundo desejo de servir-vos sendo sinal da vossa ternura; 
suscitai no meio do vosso povo vocações leigas, consagradas e sacerdotais. 
Ajudai-nos a descobrir a vocação de amar e servir, 
fazendo-nos testemunhas do Evangelho 
e promotores da comunhão na vida e missão da Igreja. 
Que os Santos Esposos, Maria Santíssima e São José, 
nos inspirem a dizer “SIM” ao vosso chamado; 
e a exemplo de São Gaspar Bertoni,
possamos contemplar o coração do vosso amado Filho, 
para ESCUTAR, DISCERNIR e SEGUIR; 
acolhendo o seu convite: 
“Se alguém quer vir após Mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me” (Mt. 
16,24).
Amém.

MINHAS PALAVRAS SÃO ESPÍRITO E VIDA: SER A PALAVRA

Recentemente encontrei em minhas caixas de livros um livro chamado "Testemunhas da Esperança: quando o amor irrompe em situações de heroísmo e no dia a dia", do Cardeal François X. N. Van Thuan, o qual já conhecia por ter ouvido algo sobre ele em algum retiro ou formação que participei neste ano de noviciado. Contudo, não havia lido nada escrito por ele, e nem me lembrava de existência desse livro em minha biblioteca, até encontrá-lo. 

Neste livro estão contidas suas alocuções à Cúria Romana por ocasião do retiro quaresmal do ano 2000. Van Thuan foi convidado pelo então Papa João Paulo II para pregar os exercícios espirituais daquele ano. E fê-lo trazendo à memória seus longos anos de prisão, e como não deixou sua fé, sua esperança e seu amor morrerem. 
E já que estamos no mês da Bíblia, quero partilhar com vocês um trecho deste livro onde Cardeal fala sobre a Palavra de Deus e sua importância em nossa vida. 


MINHAS PALAVRAS SÃO ESPÍRITO E VIDA: SER A PALAVRA

Quando eu estudava no seminário menor de Annin, um professor e sacerdote vietnamita fez-me entender a importância de ter sempre comigo o Evangelho. Ele havia se convertido do budismo e provinha de uma família de mandarins. Era um intelectual: levava sempre consigo a tiracolo o Novo Testamento, como se conduz um viático. Quando deixou o seminário para assumir outro encargo, deu-me como herança esse livro, o seu tesouro mais precioso.

E exemplo desse santo sacerdote, cujo nome é José Maria Thich, sempre vivo no meu coração, ajudou-me muito na prisão durante o período de isolamento. Fui para frente naquele período porque a Palavra de Deus tornara-se "lâmpada para os meus passos", "luz para o meu caminho" (Sl 119, 105).

É do conhecimento de todos que São Jerônimo e Santa Teresa do Menino Jesus levavam sempre consigo o Evangelho junto ao coração. Mas é a própria cultura de meu povo que evidencia o valor único da Sagrada Escritura. Na Ásia veneram-se muito as palavras de Confúcio e de Mêncio, o seu discípulo. As palavras deles não podem ser guardadas em qualquer lugar, mas são postas na fronte, em sinal de veneração.

A Palavra e as palavras

Quando Jesus, no momento da Transfiguração, manifestou a sua glória a Pedro, Tiago e João, da nuvem ouviu-se uma voz: "Este é meu Filho, o Eleito; ouvi-O" (Lc 9,35).

As palavras de Jesus não são como as palavras dos homens. Foi o que perceberam imediatamente as primeiras pessoas que as ouviram: "[...] porque ele as ensinava com autoridade e não como os seus escribas " (Mt 7,29).

Não é por acaso que o Evangelho desperta grande fascínio até mesmo fora do mundo cristão. Gandhi, por exemplo, escreve a este respeito: 

"Quando li o Evangelho e cheguei à passagem do Sermão da montanha, comecei a perceber com profundidade o ensinamento cristão. A doutrina contida no Sermão da montanha era como um eco de algo que aprendera durante a infância, algo que parecia pertencer ao meu próprio ser e tinha a impressão de vê-la atuada na minha vida cotidiana... Abeberem-se profundamente das fontes do Sermão da montanha" (Gandhi, 1993, p. 52).

O fato é que as palavras de Jesus possuem uma dimensão e uma profundidade que os demais não têm, sejam elas de filósofos, de políticos, de poetas... As palavras de Jesus são "palavras de vida", como frequentemente são definidas no Novo Testamento. Estas contêm, exprimem e comunicam uma vida, ou melhor, a "vida eterna", a plenitude da vida.

Gosto muito do sexto capítulo do Evangelho de São João. Após a revelação do pão da vida, o caminho torna-se árduo e, a partir daquele momento, muitos dos discípulos abandonam Jesus. Então ele pergunta aos doze: "Não quereis também vós partir?" Pedro lhe responde: "Senhor, a quem iremos? Tens palavras de vida eterna" (Jo 6, 67-68).

Toda força e a fragilidade de nossa esperança dependem dessas palavras. 

Palavra e Eucaristia, uma única Refeição

A Sagrada Escritura testemunha desde suas primeiras páginas que a Palavra de Deus é de uma eficácia única. "Deus disse [...] e assim se fez" (Gn 1,3.7.9.11.15.24.30). Após a queda de nossos primeiros pais, a Palavra de Deus, com a promessa da redenção, doa novamente a estes a esperança da salvação (cf. Gn 3,15). Com o chamado de Abraão, Deus forma seu povo. E plasma a história com as suas palavras: fala aos patriarcas e comunica-lhes as suas promessas, dirige-se a Moisés para liberar o seu povo da escravidão do Egito, transmite palavras da verdade por meio dos profetas, durante a espera do Messias, único Salvador. 

Mas Jesus é a Palavra por excelência. Afirma a Dei Verbum (n. 4):

Jesus Cristo, portanto, Verbo feito carne, enviado como "homem aos homens" (Carta a Diogneto 7,4; Funk, I, p. 403), "fala as palavras de Deus" (Jo 3,34) e realiza a obra salvífica que o Pai lhe confiou (cf. Jo 5, 36;17,4). 

Para se entender a importância da Palavra de Deus para a Igreja, é suficiente observar o comportamento bimilenar da Igreja que

sempre venerou as divinas Escrituras, da mesma forma que fez com o próprio Corpo de Cristo, já que, principalmente, na sagrada Liturgia, sem cessar toma da mesa tanto da Palavra de Deus quanto do Corpo do Cristo, o pão da vida, e o distribui aos fieis (Dei Verbum, n. 21).

Ao longo de toda a tradição cristão é constantemente evidenciado esse liame entre Palavra e Eucaristia, ambas alimento do cristão. Escreve Orígenes:

Nós bebemos o sangue de Cristo não só quando o recebemos segundo o rito dos mistérios, mas também quando recebemos as suas palavras nas quais reside a vida (PG 12, 701).

E São Jerônimo afirma: "O conhecimento das Sagradas Escrituras é um verdadeiro alimento e uma verdadeira bebida que se assumem da Palavra de Deus" (Commentarius in Ecclesiasten, III, 8, 12-13, CCL 72, 278).

[...]

Quando havia perdido tudo e estava na prisão, pensei em preparar uma espécie de manual que me consentisse viver também naquela situação a Palavra de Deus. Não dispunha nem de papel de caderno, mas a polícia me fornecia algumas folhas, nas quais eu podia escrever as respostas às inúmeras perguntas que me faziam. Então, aos poucos comecei a guardar algumas destas pequenas folhas e fiz uma minúscula agenda em que pude escrever, a cada dia, em latim, mais de trezentas frases da Sagrada Escritura que eu lembrava de cor. A Palavra de Deus, desta forma, tornou-se o meu manual cotidiano, o meu escrínio precioso do qual extraía força e alimento. 

[...]

Adquirir a mentalidade de Cristo

Quando eu estava preso escrevi o seguinte:

Observa uma única regra: o Evangelho. Esta norma está acima de todas as demais. É a regra que o próprio Jesus deixou para os seus apóstolos (cf. Mt 4,19). Não é difícil nem mesmo complicada ou legalista como as outras regras. Ao contrário, é dinâmica, gentil e estimulante para o teu espírito. Um santo longe do Evangelho é um santo falso" (Van Thuan, 1992, p. 194, n. 985).

De fato, a Palavra de Deus ao penetrar em nossa vida contesta o modo de pensar e de agir humano e introduz-nos no novo estilo de vida instaurado por Cristo. Quem vive o Evangelho pode chegar a ter, a exemplo de São Paulo, "o pensamento do Senhor" (cf. 1Cor 2,16); adquire a capacidade de ler os sinais dos tempos com o mesmo olhar de Cristo e, portanto, incide com criatividade na história; experimenta a verdadeira liberdade, a alegria, a coragem inerente à coerência evangélica; encontra uma nova confiança no Pai, um relacionamento de autêntica e sincera filiação e, ao mesmo tempo, uma atitude, concreta e operante, de serviço a todos. 

Em suma, o Evangelho revela-nos o sentido profundo de nossa vida, de forma que sabemos finalmente o porquê de nossa existência; os ensinamentos de Cristo dão-nos novamente esperança.

O resultado é que não somos mais nós a viver, mas é Cristo que vive em nós. É o Verbo que - por meio das palavras da Escritura - estabelece morada em nós e nos transforma nele: palavras na Palavra.

A propósito, interrogou-se Paulo VI:

Como Jesus se torna presente nas pessoas? Por meio do veículo, a comunicação da palavra transmite o pensamento divino, o Verbo, o Filho de Deus feito homem. Poderíamos afirmar que Jesus se encarna em nós quando aceitamos que a sua Palavra venha viver dentro de nós (Paulo VI, 1967, p. 936).



Fonte: NGUYEN VAN THUAN, François Xavier. Testemunhas da Esperança: quando o amor irrompe em situações de heroísmo e no dia a dia. Tradução João Batista Florentino - Vargem Grande Paulista, SP: Editora Cidade Nova, 2002.


domingo, 8 de setembro de 2019

CANTANDO O MÊS DA BÍBLIA

A Liturgia da Igreja no Brasil propõe durante o ano litúrgico meses temáticos. Maio é o mês dedicado à Virgem Maria; agosto, o mês vocacional; outubro, o mês missionário. E setembro é o mês dedicado à Sagrada Escritura, convocando cada um de nós à meditação da Palavra de Deus, que deve ser sempre a regra de nossas vidas. 
Diante disso, o que podemos cantar em nossas celebrações?
A Paulus publicou há uns anos o CD e caderno de partituras "Acolhendo a Palavra". Lá temos opções muito bonitas e litúrgicas para cantarmos durante a Santa Missa. 
Abaixo deixo outras sugestões.

EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA (Entrada)

NUMA TERRA DISTANTE DAQUI (Ofertório)

CADA VEZ QUE EU VENHO (Ofertório)

FELIZ O HOMEM QUE AMA O SENHOR (Comunhão)

Trago também algumas sugestões de acolhida à Palavra de Deus para serem cantadas na celebração da Palavra de Deus e não na Santa Missa, afinal de contas o canto de aclamação deve, necessariamente conter o "Aleluia" seguido do "versículo" próprio do Domingo, que é parte integrante da Liturgia da Palavra. 
Também vale ressaltar que, não se faz entronização da Palavra de Deus. Contudo, caso as comunidades façam questão, que usem do bom senso, optando sempre pelo zelo com a Sagrada Escritura.

É COMO A CHUVA QUE LAVA

PALAVRA DE SALVAÇÃO

A BÍBLIA É A PALAVRA DE DEUS

Espero que essa contribuição possa ajudá-los. 
Qualquer dúvida, entrem em contato pelo e-mail.

A Lectio Divina

Como primeira postagem de nosso blog, já que estamos vivendo o mês de setembro, que é dedicado à Sagrada Escritura, encontrei este artigo de Dom Orani Tempesta (Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro) no site da CNBB. 
Que sua leitura nos ajude a entender a importância da Lectio Divina (Leitura Orante) em nossa espiritualidade.

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A LECTIO DIVINA

A “Lectio Divina” é uma expressão latina já presente e consagrada no vocabulário católico, que pode ser traduzida como “leitura divina”, “leitura espiritual”, ou ainda como ocorre hoje em nosso país e em vários escritos atuais, como “leitura orante da Bíblia”. Ela é um alimento necessário para a nossa vida espiritual. A partir deste exercício, conscientes do plano de Deus e a Sua vontade, pode-se produzir os frutos espirituais necessários para a salvação. A Lectio Divina é deixar-se envolver pelo plano da Salvação de Deus. Os princípios da Lectio Divina foram expressos por volta do ano 220 e praticados por monges católicos, especialmente as regras monásticas dos santos: Pacômio, Agostinho, Basílio e Bento. O tempo diário dedicado à lectio divina sempre foi grande e no melhor momento do dia. A espiritualidade monástica sempre foi bíblica e litúrgica. A sistematização do método da lectio divina nós encontramos nos escritos de Guigo, o Cartucho, por volta do século XII.
A Lectio Divina tradicionalmente é uma oração individual, porém, pode-se fazê-la em grupo. O importante é rezar com a Palavra de Deus, lembrando o que dizem os bispos no Concílio Vaticano II, relembrando a mais antiga tradição católica – que conhecer a Sagrada Escritura é conhecer o próprio Cristo. Monges diziam que a Lectio Divina é a escada espiritual dos monges, mas é também de todo o cristão. O Papa Bento XVI fez a seguinte observação num discurso de 2005: “Eu gostaria, em especial, recordar e recomendar a antiga tradição da Lectio Divina, a leitura assídua da Sagrada Escritura, acompanhada da oração que traz um diálogo íntimo em que na leitura, se escuta Deus que fala e, rezando, responde-lhe com confiança a abertura do coração”.
O Concílio Vaticano II, em seu decreto Dei Verbum 25, ratificou e promoveu, com todo o peso de sua autoridade, a restauração da Lectio Divina, retomando essa antiquíssima tradição da Igreja Católica. O Concílio exorta igualmente, com ardor e insistência, a todos os fiéis cristãos, especialmente aos religiosos, que, pela frequente leitura das divinas Escrituras, alcancem esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo (Fl 3,8). Porquanto, “ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo” (São Jerônimo, Comm. In Is., prol).
O método mais antigo e que inspirou outros mais recentes, é que, seja pessoalmente, em comunidade ou no círculo bíblico nós comecemos a reflexão com a Palavra de Deus e que, depois da invocação do Espírito Santo, segue os passos tradicionais: 1- Lectio (Leitura); 2- Meditatio (Meditação); 3- Oratio (Oração) e 4- Contemplatio (Contemplação). Existem outros métodos que, inspirados aqui, procuram ajudar o cristão a acolher em sua vida a Palavra de Deus e a colocar em prática no seu dia a dia. Em nossa 48ª Assembleia dos Bispos do Brasil, celebrada em Brasília de 3 a 13 de maio último, além de tratar como tema central a “Palavra de Deus”, proporcionou aos Bispos, na manhã do domingo, dia 9, um tempo para lerem, meditarem e rezarem com esse método. A mensagem que foi publicada sobre o tema central está baseada justamente nesse clima. Chegou o momento de passarmos a colocar em nossos grupos de reflexão, círculos bíblicos e outros grupos a Palavra de Deus como fonte de reflexão e inspiração para iluminar a nossa realidade concreta.
O método tradicional é simples: são quatro degraus – “a leitura procura a doçura da vida bem-aventurada; a meditação a encontra; a oração a pede, e a contemplação a experimenta. A leitura, de certo modo, leva à boca o alimento sólido, a meditação o mastiga e tritura, a oração consegue o sabor, a contemplação é a própria doçura que regala e refaz. A leitura está na casca, a meditação na substância, a oração na petição do desejo, a contemplação no gozo da doçura obtida.” (Guigo, o Cartucho, Scala Claustralium).
Portanto, quanto à leitura, leia, com calma e atenção, um pequeno trecho da Sagrada Escritura (aconselha-se que nas primeiras vezes utilizem-se os textos dos Evangelhos). Leia o texto quantas vezes e versões forem necessárias. Procure identificar as coisas importantes desta perícope: o ambiente, os personagens, os diálogos, as imagens usadas, as ações. É importante identificar tudo com calma e atenção, como se estivesse vendo a cena. A leitura é o estudo assíduo das Escrituras, feito com aplicação de espírito.
Quanto à Meditatio, começa, então, diligente meditação. Ela não se detém no exterior, não pára na superfície, apóia o pé mais profundamente, penetra no interior, perscruta cada aspecto. Considera atenta sobre o que esta Palavra está iluminando minha vida e a realidade em que vivo hoje. Quais são as circunstâncias que ela me questiona e me incentiva? Depois de ter refletido sobre esses pontos e outros semelhantes no que toca à própria vida, a meditação começa a pensar no prêmio: Como seria glorioso e deleitável ver a face desejada do Senhor, mais bela do que a de todos os homens (Sl 45,3), não mais tendo a aparência como que o revestiu sua mão, mas envergando a estola da imortalidade, e coroado com o diadema que seu Pai lhe deu no dia da ressurreição e de glória, o dia que o Senhor fez (Sl 118,24).
Quanto à Oratio, toda boa meditação desemboca naturalmente na oração. É o momento de responder a Deus após havê-lo escutado. Esta oração é um momento muito pessoal que diz respeito apenas à pessoa e Deus. Não se preocupe em preparar palavras, fale o que vai ao coração depois da meditação: se for louvor, louve; se for pedido de perdão, peça perdão; se for necessidade de maior clareza, peça a luz divina; se for cansaço e aridez, peça os dons da fé e esperança. Enfim, os momentos anteriores, se feitos com atenção e vontade, determinarão esta oração da qual nasce o compromisso de estar com Deus e fazer a sua vontade. Vendo, pois, a pessoa que não pode por si mesma atingir a desejada doçura de conhecimento e da experiência, e que quanto mais se aproxima do fundo do coração (Sl 64,7), tanto mais distante é Deus (cf. Sl 64,8), ela se humilha e se refugia na oração. E diz: Senhor, que não és contemplado senão pelos corações puros, eu procuro, pela leitura e pela meditação, qual é, e como poder ser adquirida a verdadeira doçura do coração, a fim de por ela conhecer-te, ao menos um pouco.
Quanto ao último passo, a Contemplatio: desta etapa a pessoa não é dona. É um momento que pertence a Deus e sua presença misteriosa, sim, mas sempre presença. É um momento no qual se permanece em silêncio diante de Deus. Se ele o conduzirá à contemplação, louvado seja Deus! Se ele lhe dará apenas a tranquilidade de uns momentos de paz e silêncio, louvado seja Deus! Se para você será um momento de esforço para ficar na presença de Deus, louvado seja Deus! Mas em todas as circunstâncias será uma maneira de ver Deus presente na história e em nossa vida! “Ele recria a alma fatigada, nutre a quem tem fome, sacia sua aridez, lhe faz esquecer tudo o que não é terrestre, vivifica-a, mortificando-a por um admirável esquecimento de si mesma, e embriagando-a sóbria a torna” (Guido, o Cartucho). 
Há uma preocupação grande com a vida prática, com a conversão, de modo que muitas vezes se costuma acrescentar a “actio”, ou seja, ação junto com a contemplação. Os temores de uma vida “alienada” podem ser sempre apresentados em todas as circunstâncias, mas quando se aprofunda realmente na Palavra de Deus e se crê que ela é como uma espada de dois gumes que penetra no mais profundo de nosso ser e que também ilumina nossa vida e nosso caminho, teremos certeza de que ela ilumina a nossa estrada e nos conduz com a graça de Deus por uma vida nova.
Portanto, diante deste patrimônio da nossa Igreja que é este método da Lectio Divina, desejo a todos que inspirados na mensagem que os Bispos enviaram acerca do tema central da 48º Assembleia, possamos todos nós aprofundar a Leitura Orante da Bíblia, que, aproximando-nos da Palavra de Deus, encontremos os caminhos da vida dos cristãos hoje, neste início de milênio, que, diante da atual mudança de época, respondamos com uma vida nova, haurida nas escrituras sagradas, que nos comunicam a Palavra eterna, o Verbo eterno, Jesus Cristo, nosso Senhor!

Dom Orani João Tempesta